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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Estrambelhados



Levados, ousados, coloridos e produzidos para as FOLIAS, tornaram-se um dos símbolos do carnaval de São Luiz do Paraitinga/SP. Sempre com irreverência, alegria e energia, estão levando para pequenos e grandes centros de todo nosso globo o respeitado aprendizado musical das folias luizenses, com uma roupagem jovem e contemporânea. Premiados pela Secretária da Cultura do Estado de São Paulo, através do edital Estímulo de Música para gravação de CD, puderam concretizar o sonho do primeiro disco, materializado em uma verdadeira festa: Quinze canções gravadas ao vivo, captando as emoções dos músicos e da comunidade local.

Postado por: Benito Campos

sábado, 11 de setembro de 2010

Exúrbia


Exótica, extravagante ou exuberante, a palavra exúrbia que tanto inspira, tantas definições também comporta. Principalmente,ela significa uma ocupação urbanística de baixa densidade populacional, situada muito além dos subúrbios dos grandes centros. Nesta situação, quer dizer um bairro planejado, mas há casos em que trata de um aglomerado de sítios e até mesmo de uma pequena cidade já existente, desde que esta abrigue determinadas características extraordinárias.
A localidade em questão deve se caracterizar por ostentar um estilo de vida singular, sem shopping centers, entre outras facilidades modernísticas. Mas deve, inevitavelmente, congregar habitantes com interesses afins, tendo sempre um nível de emoção especial, talentos destacados e atributos pertinentes.

Por situar-se nem muito perto, nem muito longe de grandes cidades, uma exúrbia quase sempre conta com habitantes infensos à influências externas e à população forasteira. Por não serem fronteiriços, culturalmente falando, cultuam hábitos característicos, como o apreço à urbanidade no trato interpessoal. Em casos especiais, seus moradores podem apresentar desenvolvida sensibilidade artística e apurada harmonização sentimental. E na eventualidade da topografia favorecer ainda mais o retiro, isto acentuará o temperamento originalmente reservado de seus moradores, aprofundando o condicionamento introspectivo e estreitando ainda mais os laços comunitários do ajuntamento.

Em latim o prefixo ex exprime idéia de separação, afastamento, enquanto a palavra urbi significa cidade.Na transcendência poética, seu sentido, inclusive o fonético, remete ao universo da melíflua palavra exuberância, que nos brindou a língua portuguesa. O que é impossível de algo equivalente no idioma alemão (überschwänglichkkeit) ou no finlandês (elämämloisuus).

Postado por: Enéas M.F.

sábado, 4 de setembro de 2010

A mais brasileira das cidades paulistas

                                                                                               Foto - Mateus Rosada
Incrustrada em um mar de montanhas nos contrafortes da Serra do Mar, a bucólica São Luiz do Paraitinga, com seus quase 11 mil habitantes, é uma cidade do interior paulista que preserva com carinho seu rico passado de tradição, religiosidade e encanto.

Esse antigo pouso de tropeiros e entreposto de mercadorias, erguido a meio caminho entre os municípios de Taubaté e Ubatuba, tornou-se cidade em meados do séc. XVII, ao ser fundada em dois de maio de 1769, pelo sargento-mór Manuel Antonio de Carvalho, sob as bênçãos dos padroeiros Nossa Senhora dos Prazeres e São Luiz de Tolosa.

Às margens do rio do mesmo nome, o município, que em 1873 recebeu a denominação de Imperial Cidade de São Luiz do Paraitinga, começou a chamar atenção em nosso tempo por conservar costumes seculares que vêm desaparecendo do território paulista. Por isto, aos olhos de muitos, neste ponto do histórico Vale do Paraíba abriga-se o último reduto caipira e seus costumes.

Sua arquitetura colonial, típica do séc. XIX, retrata o legado dos ciclos econômicos do ouro e do café, gravados no contorno de seus casarões, que guardam a singularidade do estilo daquele período. Disto resulta o maior acêrvo arquitetônico colonial de São Paulo, no patrimônio constituido por 437 edificações preservadas na área urbana, todas tombadas pelo Condephaat. Que por sua vez não são uma mera coleção de fachadas, por abrigarem em sua maioria,até hoje, as famílias de seus descendentes. Na zona rural, ainda é possível de se encontrar uma ou outra fazenda centenária, com suas sedes de taipa e pedra, caiadas de azul e branco.

Na galeria dos luizenses mais ilustres, sobressaem o cientista Oswaldo Cruz,o geógrafo Aziz Nacib Ab’Saber e o músico e compositor Elpídio dos Santos.

"Entre um mar de morros, minha cidade."
(Aziz Ab'Saber)


A cidade também é muito conhecida pelas manifestações religiosas populares, como a tradicional Festa do Divino Espírito Santo e sua peculiar gastronomia, no típico afogado, um prato a base de carne, preparado com misticismo e fartura. Nessa comemoração, que se dá há mais de dois séculos, acontece o encontro das bandeiras, a novena do Divino, a cavalhada, na explosão do folclore em grupos de moçambique, congada e marujada, entre outros, culminando com a distribuição do substancioso afogado a todos que vierem.

Entre as festas profanas, nenhuma se compara ao Carnaval de Marchinhas, a mais original e espontânea folia de rua da região, embalada ao som deste tipo de música carnavalesca, composta por artistas locais. Na ocasião, em que ocorre também o Festival de Marchinhas, os foliões luizenses em seus blocos coloridos no chitão das fantasias, dividem o espaço da cidade com milhares de visitantes, vindos de todos os cantos.Devido à sua vocação musical, o município veio abrigar mais recentemente a Semana da Canção Brasileira, reunindo também artistas famosos e revelando novos valores.

No calendário da tradição, em junho, as festas de época são comemoradas no Arraiá do Chi Pul Pul, que traz para a cidade a alegria da roça, suas danças, comidas típicas, com muita diversão. Também faz parte das celebrações e até mesmo do currículo escolar, a Festa do Saci e seus amigos, quando se cultua as lendas e mitos deste famoso e irriquieto personagem do imaginário popular brasileiro.

Dos atrativos naturais, destaca-se no Parque Estadual da Serra do Mar o Núcleo Santa Virgínia, que se estende ao leste das terras do município, a caminho do litoral. Alí os aficcionados do turismo naturalista podem desfrutar de cinco trilhas ecológicas, com variados graus de dificuldades, além do rafting, o único do Estado praticado no âmbito de uma Unidade de Conservação Ambiental. Há também em outros pontos da região, cachoeiras em estado nativo e inúmeras quedas d'água, apropriadas ao passeio.

Diante de sua singular potencialidade, São Luiz do Paraitinga foi classificada Estância Turística em julho de 2002, inaugurando um novo ciclo econômico. Essa condição passou a exigir maiores cuidados pelo setor público, que em parceria com o segmento privado está fazendo surgir a infraestrutura adequada capaz de atender a crescente demanda de visitantes. Em 2008 passaram pela cidade 450 mil turistas, 40% dos quais vindos para o Carnaval.

Existem atualmente 22 pousadas, dentro e fora da cidade, dez restaurantes e três operadoras de ecoturismo. O city tour pelo centro histórico leva o turista a percorrer os principais pontos de atração, que são a Casa e Museu Dr. Oswaldo Cruz, a Capela das Mercês, o Mercado Municipal e as igrejas de Nossa Senhora do Rosário e Matriz de São Luis de Tolosa, todos rodeados pelo colorido casario. Nas atividades de ecoturismo, além do rafting e das trilhas, são oferecidos também cavalgadas, passeios de bicicletas, arborismo, passeios de duck, assim como entretenimento para crianças.

(Este texto foi finalizado em setembro de 2009, relatando, portanto, as condições da cidade naquela ocasião anterior à enchente/Enéas MF/)

Postado por: Enéas M.F.

Contando tempo


Postado por: Benito Campos