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domingo, 8 de abril de 2012

A Poética do Vale (V)

São Luiz a noitinha
Ecos do Sino Grande


Ainda oiço. Trago na memória.
Na noite de São Luiz
Escuto ainda
As badaladas arrastadas
Do sino grande
Da matriz.


Coisa rara: tivemos que sair
Minha mãe, minha madrinha e eu
Para arejar o pequeno Iussef
Que estava com tosse comprida.


Ruas desertas. Escuridão
Bairro e chuvinha
Cheiro do mato vindo da outra banda
Do rio.


No alto do morro
O cruzeiro iluminado que meu pai,
Poeta introvertido,
Mandou iluminar.
Primeiras elétricas luzes,
Que antecediam
O pontilhado imenso que
marcava as luzes do universo.


Saudades de menino
Entes queridos.
Lembranças sentidas.
E, para completar
As badaladas arrastadas do sino grande
Que saudades, Deus meu!

Aziz Ab'Saber - 1924/2012 - geógrafo, intelectual, natural de São Luiz do Paraitinga.

Postado por: Enéas M.F.

2 comentários:

  1. Versos como estes poucas vezes pude ler, são como os que escrevia Cora Coralina.
    Ainda bem, podemos matar as saudades.
    Que descoberta você nos trouxe, Neia.

    bjs,
    Graça

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