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terça-feira, 1 de novembro de 2011

A Poética do Vale (IV)



Oração antiga
Virgem Maria de grande valor
coroada de estrelas
cercada de flor
Lá no céu tem treze estrelas
todas as treze a par com a Lua
Nossa Senhora no meio
brilha mais do que nenhuma

    Essa é uma prece do folclore local, muito recorrida no vale do Paraíba desde tempos idos. Maria Edith foi apresentada a esses versinhos pelo pai ainda criança e anos depois, quando já era uma figureira respeitada em Taubaté, ela se inspirou para criar um imagem especial Santíssima. Nesta homenagem, ela ganhou uma coroa de flores na cabeça, assim como o tom escuro da pele, semelhante à imagem de Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil. Um detalhe inconfundível é a bandeirinha nacional em seu manto azul celeste. As figureiras de Taubaté são exímias na arte de esculpir peças em barro crú que falam do dia a dia do vale do Paraíba.
    O trabalho de modelar pequenas figuras, com destaque as religiosas, foi estimulado pelos frades franciscanos do Convento de Santa Clara, daquela cidade, a partir do século XVII.
    As primeiras encomendas, feitas por ocasião das festas natalinas, eram de cenas relativas ao presépio franciscano, como a manjedoura, São José e Nossa Senhora, os Reis Magos, além dos animaizinhos.
Revoada de angolas
     Com o passar do tempo foram surgindo outros personagens representando figuras do cotidiano e do imaginário popular, como as aves de dimensões entre três e 25 cm.   Essas imagens se caracterizam pelas cores vibrantes, como amarelo, verde, dourado, preto, vermelho prateado, entre outros matizes, predominando, no entanto, o azul carregado.

Postado por: Enéas M.F.

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