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domingo, 24 de outubro de 2010

Se essa rua fosse minha


"Vai aqui um apelo ao bom engenho dos homens públicos dos dias de hoje, principalmente a quem cabe cognominar, nomenclaturar, denominar, o diabo que seja ou vernáculo que encaixe. Tudo “ por um freio à torpe adulação nacional, fazendo votar uma lei para voltarem os nomes antigos, lusos,Tupis ou Tapuias, aos lugares deslustrados pelos nomes ilustres de celebridades passageiras. Era regra geral que os povos somente davam nomes de acordo com os acidentes de terrenos os fatos históricos, as lendas e a índole de sua língua ”.Os nomes de indivíduos dados a locais, ruas, cidades, etc, eram raríssimos no espaço e no tempo. Tal colocação, sem o doentio sentimentalismo de conservadores natos, visa tirar da lembrança aos homens de hoje e que cujo engenho sobejavam aos homens de outrora de que dar nome a uma rua era um fator da cultura e que se hoje não tomado o devido cuidado e esmero, incorre no incompreendido desprazer da frase: - Putz. A rua sumiu ! Mas se alguns acharem que isto é deselegante e execrável eu repito o final da frase do mestre Gustavo Barroso acima transcrita ... celebridades passageiras... Se amanhã, as gerações futuras se vestirem de algum exterminador como o cinema hodierno oferece, e resolver mudar todos os nomes como o vírus do computador apaga a memória deste, todo direito terá estas gerações de se adequarem aos personagens de seu universo, de seu mundo, de sua época os nomes que quiserem dar as suas ruas enquadrando-as nos seus tempos e a memória curta da história, não terá nada para contar, se assim continuarmos fomentando tais iniciativas irreflexivas e incultas. Muito mais sábio era o homem do passado, pois tinham o tino e o engenho de, em cima do aspecto físico e geográfico, nomenclaturar as ruas, logradouros e cidades. São Luiz do Paraitinga cujo nome é uma homenagem ao Saint Louis de Tolouse, o franciscano da Ordem devotada a pobreza extrema e o complemento o Paraitinga, linguagem que em Tupi quer dizer Pará = mar, rio caudaloso, e tinga = branco, traduzindo a expressão por completa pode se dizer: S. Luiz do Rio das Águas Claras. Pegando a chave com São Pedro de Catuçaba (Distrito) , Catussaba poderíamos dizer que em Tupi o complemento nos oferece chamar o nosso distrito de São Pedro da" Boa Gente e de Clima Saudável". Tudo antigamente tinha um sentido e um porquê, pois vejamos alguns nomes de ruas do passado que embutia o coletivo e tinha o bom senso de nunca dar chance a individualidade:


Rua da Quitanda = onde se concentrava os quitandeiros da cidade daquela época.


onde as tropas vindo com o ouro das Minas Gerais passavam a caminho do Sertão indo para o Porto de Ubatuba ou Parati.




onde se tinha uma bela visão panorâmica e privilegiada da cidade e hoje rua Oswaldo Cruz.



 
rua de grande importância onde se concentravam os que detinham a o poder e a riqueza da época.



como o próprio nome diz onde quem se instalava, bem ficava pela excelência de seu aspecto físico e panorâmico.
Portanto se justificava e havia complementação, harmonia e zelo, havia inteligência observação e integração com o social e a natureza, hoje como diz Manoel Bandeira em seu poema de exaltação a Recife ...


... “ Rua da União ...
Como eram lindos os nomes das ruas da minha infância.
Rua do Sol (tenho medo que hoje se chame Rua Dr. Fulano de Tal )..."

Contei com o apoio entres aspas no inicio deste texto e a inspiração na complementação do mesmo , do mestre Gustavo Barroso para reescrever tal artigo dentro do universo luizense...

Benito Campos

Música - composição de domínio público
arranjos: Alida Cuoco
Vozes: Líria Cravo, Sophie Kolk, Beto Olliveira

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