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sábado, 23 de abril de 2011

Terra Paulista

Monumento às Bandeiras, de Victor Brecheret
-Terceira Parte-

Povoamentos brotam pelas estradas que caminham 

   Para se adaptar da melhor forma às adversidades do meio ambiente hostil, os bandeirantes foram se inspirar na sabedoria indígena, copiando daqueles brasileiros originais muitas de suas práticas.
   Levava-se alimentos suficientes somente aos primeiros dias da jornada pelo sertão. Era basicamente a “farinha de guerra”, aquela extraida da mandioca, cozida e socada. E sal. O restante viria a ser provido pelo mato, outras vezes vinha das roças tomadas dos índios, além da caça e pesca. Em caso extrema de necessidade, comiam-se insetos e animais peçonhentos.
   A exemplo dos silvícolas, todos se locomoviam com pés descalços e roupa apenas indispensável à uma boa caminhada. E para a defesa pessoal, as armas também eram indígenas. Um aparato mais eficaz para romper o emaranhado das selvas e vencer seus desafios.
   Na retaguarda do conhecimento, era indispensável saber da farmacopéia do sertão. Do mundo vegetal vinham as especiarias, emplastros, etc, e do animal, dentes de jacaré, unhas de tamanduá e cabeças de cobras, empregados em finalidades variadas de cura.
   No rastro dessas expedições para o "mar de dentro", o sertão, brotavam os povoamentos feito em arraiais, minas, roças e ranchos, embriões de inúmeras cidades brasileiras.
   O principal entroncamento das bandeiras vindas do planalto de Piratininga era Taubaté. Que servia de passagem aos que iam e voltavam do Rio de Janeiro. Com o passar do tempo o lugar tornou-se um importante pólo de bandeirantes e sertanistas que também se dirigiam, sobretudo, ao sertão dos Goitacazes, hoje Minas Gerais.
   Um acontecimento inesperado deu novo curso à História. Uma maré humana de mineradores, comerciantes e aventureiros paulistas que exploravam o ouro na província mineral de Goitacazes, entrou em conflito com os portugueses pelo direito de exploração dos achados minerais. Deu-se então a guerra dos Emboabas que durou de 1707 a 1709, com a derrota dos paulistas.
   Para pacificar os ânimos foram criadas as capitanias de São Paulo e das Minas de Ouro (posteriormente Minas Gerais), desvinculadas do Rio de Janeiro e ligadas diretamente à Coroa Portuguesa. E a vila de São Paulo foi elevada à categoria de cidade.
   Por sua vez, os bandeirantes buscaram outros rumos, pelos sertões do que viriam a ser Mato Grosso e Goiás.
Fonte: Essa série é uma compilação da Coleção Terra Paulista - Histórias, Arte e Costumes (1º Vol.), que aborda a formação do Estado de São Paulo e seus habitantes. Outros dois volumes completam esse trabalho originalmente produzido pelo CENPEC – Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária. ISBN 85.7060.295-2 (Imprensa Oficial do Estado)
Postado por: Enéas M.F.

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