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Monumento às Bandeiras, de Victor Brecheret |
-Terceira Parte-
Povoamentos brotam pelas estradas que caminham
Para se adaptar da melhor
forma às adversidades do meio ambiente hostil, os bandeirantes foram se inspirar
na sabedoria indígena, copiando daqueles brasileiros originais muitas de suas
práticas.
Levava-se alimentos suficientes somente aos primeiros dias da jornada
pelo sertão. Era basicamente a “farinha de guerra”, aquela extraida da mandioca,
cozida e socada. E sal. O restante viria a ser provido pelo mato, outras vezes
vinha das roças tomadas dos índios, além da caça e pesca. Em caso extrema de
necessidade, comiam-se insetos e animais peçonhentos.
A exemplo dos
silvícolas, todos se locomoviam com pés descalços e roupa apenas
indispensável à uma boa caminhada. E para a defesa pessoal, as armas também eram
indígenas. Um aparato mais eficaz para romper o emaranhado das selvas e vencer
seus desafios.
Na
retaguarda do conhecimento, era indispensável saber da farmacopéia do sertão. Do
mundo vegetal vinham as especiarias, emplastros, etc, e do animal, dentes de
jacaré, unhas de tamanduá e cabeças de cobras, empregados em finalidades
variadas de cura.
No rastro
dessas expedições para o "mar de dentro", o sertão, brotavam os povoamentos feito em
arraiais, minas, roças e ranchos, embriões de inúmeras cidades
brasileiras.
O principal entroncamento
das bandeiras vindas do planalto de Piratininga era Taubaté. Que servia de
passagem aos que iam e voltavam do Rio de Janeiro. Com o passar do tempo o
lugar tornou-se
um importante pólo de bandeirantes e sertanistas que também se dirigiam,
sobretudo, ao sertão dos Goitacazes, hoje Minas Gerais.
Um
acontecimento inesperado deu novo curso à História. Uma maré humana de
mineradores, comerciantes e aventureiros paulistas que exploravam o ouro na
província mineral de Goitacazes, entrou em conflito com os portugueses pelo
direito de exploração dos achados minerais. Deu-se então a guerra dos
Emboabas que durou de 1707 a 1709, com a derrota dos paulistas.
Para pacificar os ânimos
foram criadas as capitanias de São Paulo e das Minas de Ouro (posteriormente
Minas Gerais), desvinculadas do Rio de Janeiro e ligadas diretamente à Coroa
Portuguesa. E a vila de São Paulo foi elevada à categoria de
cidade.
Por sua vez, os
bandeirantes buscaram outros rumos, pelos sertões do que viriam a ser Mato
Grosso e Goiás.
Fonte: Essa
série é uma compilação da Coleção Terra Paulista -
Histórias, Arte e Costumes (1º Vol.), que aborda a formação
do Estado de São Paulo e seus habitantes. Outros dois volumes completam
esse trabalho originalmente produzido pelo CENPEC – Centro de Estudos e
Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária. ISBN 85.7060.295-2 (Imprensa
Oficial do Estado)
Postado por: Enéas M.F.
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